sábado, 6 de junho de 2009

O Avesso dos ponteiros




Sempre chega a hora da solidão Sempre Chega a hora de arrumar o armário Chega a hora do poeta a plêiade Chega a hora em que o camelo tem sede O tempo passa e engraxa a gastura do sapato Na pressa a gente nem nota que a Lua muda de formato Pessoas passam por mim pra pegar o metrô Confundo a vida ser um longa-metragem O diretor segue seu destino de cortar as cenas E o velho vai ficando fraco esvaziando os frascos E já não vai mais ao cinema.Penso quando você partiu assim sem olhar pra trás Como um navio que vai ao longe já nem se lembra do cais Os carros na minha frente vão indo e eu nunca sei pra onde Será que é lá que você se esconde?Tudo passa e eu ainda ando pensando em você A idade aponta na falha dos cabelos Outro mês aponta na folha do calendário As senhoras vão trocando o vestuário As meninas viram a página do diário O tempo faz tudo valer a pena E nem o erro é desperdício Tudo cresce e o início Deixa de ser início E vai chegando ao meio Aí começo a pensar que nada tem fim...
(Ana Carolina)